quinta-feira, 15 de maio de 2008

[The best albums] - 3º Keeper of the seven keys part. II (Helloween)

Por mais que muitos queiram, entrar para a história é coisa para poucos. E, com esse trabalho (e o anterior), o Helloween é um dos poucos no meio do heavy metal que conseguiu deixar sua marca para o estilo.

Muito se engana aquele que pensa que é um exagero. Mesmo que aqui no Brasil a banda não seja uma das mais famosas quando se fala de rock'n'roll, quando o assunto é heavy metal se aproxima da unanimidade. Além disso, na Europa, principalmente na Alemanha, onde eles são muito mais que só mais uma banda de heavy metal. E mesmo aqui no Brasil, poucas são as bandas do estilo que conseguem quase unanimidade de apreço entre aqueles que curtem o estilo, e mesmo entre alguns que mal o conhecem. Com essas características, eu só conheço o Iron Maiden que, convenhamos, é o Iron Maiden.


Tudo isso, fruto dos trabalhos sob a alcunha Keeper of the seven keys. Quando Kai Hansen e Michael Weikath chamaram, sem dúvida alguma em um período de bem-aventurança, o garoto Michael Kiske para os vocais, viabilizaram a produção de um trabalho que conseguiu explorar ao máximo um estilo com o qual eles já flertavam no álbum anterior (Walls of Jericho). Por fim, decidiram separá-lo em dois, já que era coisa boa demais para um álbum só. E, apesar de o primeiro de 1987 ser excelente, deixaram o melhor para o segundo. Um desfile de clássicos, verdadeiras aulas de heavy metal que viriam a inspirar e ainda inspirarão gerações.

Invitation é um nome perfeito para o começo. Literalmente convoca o ouvinte para o show em um estilo a la desfile cívico estado-unidense. Na rabeira, Eagle Fly Free já mostra de cara a cara do que é o Power Metal. Bumbo duplo e um ritmo de voz que descamba em um refrão de tom altíssimo e melodia grudenta. Um marco na música moderna, com uma atuação primorosa de Kiske.

You always walk alone é a tentativa de nosso amigo Kiske de marcar presença na composição. Não consegue, por sorte o cara canta pra burro (tentarei a partir de agora parar de elogiar a performance vocal do cara, a menos que isso seja imprescindível), não é uma música ruim, mas é totalmente dispensável. Rise and Fall é o "Happy Helloween" que faria tanto sucesso, um refrão muito gostoso.

Dr. Stein é mais um super clássico. Uma história divertidíssima, muito bem contada, em uma música que abre várias alternativas vocais diferentes e muito boas. Eu não me canso de ouvi-la e cantar um dos refrãos mais incríveis que tem. We Got the Right é uma baladinha mais ou menos, em que Kiske exagera nos tons altos. Chega a ser cansativo.

Save Us
é uma música bem legal, com backing vocals muito bem colocados e um ritmo diferente. March of Time é "só" mais um fenômeno. E agora, não dá pra omitir a presença vocal marcante e emocionante de Michael Kiske, acompanhado dos backing vocals, canta um refrão daqueles que dá vontade de levantar as mãos pros céus. Não à toa é uma reflexão simplista (mas não reducionista) sobre vida e morte, e passa a idéia com uma maestria raríssima.

Quantos clássicos eu já citei? Pois é, talvez o maior deles seja
I Want Out, quase um hino reacionário aos modelos ortodoxos educacionais e culturais e aos padrões politicamente corretos. Guitarras sensacionais, ritmo quebrado, é alegria certa em qualquer show de metal. Nunca vi alguém que não gostasse dessa música.

Keeper of the Seven Keys fecha a "trilogia" com chave de ouro. Aliás, com SETE chaves de ouro. Uma balada crescente de nada menos que 13 minutos e poucos que não cansa. Refrão marcante e histórico em uma canção épica, e sem dúvida um referência para todas as outras de mesmo adjetivo.

O auge de uma banda é quando ela consegue reunir um grupo de compositores no ápice da inspiração e da vontade junto com músicos que fazem a diferença. Um trabalho que conseguiu reunir um vocalista indiscutivelmente diferenciado e com uma das maiores tecituras vocais da música popular que já vi (Michael Kiske), o pai do melódico/power metal e um dos melhores guitarristas do estilo (Kai Hansen), e um dos mais habilidosos e regulares compositores de "happy metal" (Michael Weikath) não poderia ser diferente. Essa reunião não voltaria a acontecer (integralmente) e provavelmente nunca mais acontecerá. Porém, é só dar uma olhada no que foi feito por esses caras depois desse trabalho para ver que o que fizeram junto não poderia ser só mais um bom trabalho.

Esse álbum é, definitivamente, um clássico, pioneiro e atemporal. Trabalho que continuará a arrebanhar fãs ao redor do mundo para o heavy metal e, claro, para o Helloween.

Clipe Tosco, mas divertido: I Want Out


Obs1: Como se não bastasse, ainda tem as b-sides Savage e Livin' ain't no Crime, que têm potencial para ser música de trabalho de qualquer banda, inclusive em muitos álbuns do próprio Helloween.

Obs2: Keeper II em 3º?? Carai....com o 2º até eu me surpreendi.

Obs3: Last but not least, Mr. Ingo
Schwichtenberg e Markus Grosskopf evidentemente fazem um grande trabalho e têm participação significativa no resultado final. Porém, inegavelmente, é a genialidade dos guitarristas e do vocalista que tornam o trabalho o que ele é.

Um comentário:

Marcelo Francesco disse...

Quem faz a diferença é o Groskopf =P

3º lugar??? Jesus Christ... hehehe

We got the right é do caralhoooo!!!!!!

Savage é melhor que músicas do próprio Keeper...


PS. dúvido que vc saiba o nome do Ingo de cor... aposto que vc colou pra escrever o nome dele aki... hahaha