quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Compromisso ?

Quando os compromissos são estabelecidos? Pergunta um tanto quanto ampla, não? Mas, a questão é, até onde precisamos demonstrar ou registrar nossos compromissos?

Antigamente o namoro era um relacionamento com compromisso somente verbal. O rapaz se declarava, pedia a mão da donzela e, pronto, estão namorando. Hj em dia as coisas ficaram diferentes e parece que as palavras não são mais suficientes. Surgiu a aliança de compromisso. Será que agora o namoro ficou mais sério? Hmmm....acho que não é bem assim...

Não dá pra negar que as coisas mudaram. Como minha mãe mesmo disse: "antes era só se ver um pouquinho à noite de final-de-semana, agora, isso parece mto pouco...". Ela não deixa de estar certa. É evidente que a dinâmica "genérica" das relações mudou bastante. Agora, vem cá, e a aliança? Será que tem alguma coisa a ver com isso?

Aparentemente o namoro ganhou muito mais importância quando o casamento passou a perder prioridade. Com tantas coisas para se fazer, bom, casar nem sempre é uma boa idéia. E, afinal de contas, geralmente dá pra fazer mto daquilo que se faria casado sem concretizá-lo (tirando os evangélicos e "católicos praticantes"). Sendo assim, acho que as pessoas passaram a sentir a necessidade de reforçar o fraco vínculo de namoro com a aliança. Só que isso só entre o casal? Hmmm......é....também parece q ñ.

A aliança serve pra mostrar pra todos o que é seu, é uma forma de marcar território, de mostrar pra todos que aquilo ali tem dono e ninguém tasca. É evidente que as coisas não funcionam bem assim, e curiosamente, muitas vezes parece que o efeito é contrário. Quem nunca ouviu uma insinuação de que botou a aliança e a mulherada cai em cima? Por falta de experiência não posso afirmar que seja assim, mas será que é porque já vem com certificado de garantia? Também acho que não, acho mais provável que seja uma simples relação de poder mesmo, de tirar um objeto de valor do outro, de se provar melhor que o "oficial", enfim, deixa para os psicólogos...

Entre o casal, será que essa é uma forma de garantir o cumprimento do contrato? E o que aconteceu com a palavra? Essa história de que contrato verbal também ter efeito legal, pelo menos aqui no Brasil, é visto como balela. Numa sociedade, principalmente no nosso país, onde o que se diz nem sempre deve ser levado muito a sério parece normal que algo só se torne oficial quando temos o registro, a xerox autenticada e, claro, a firma reconhecida!

Paradoxalmente, às vezes parece que o feitiço se volta contra o feiticeiro. É como se agora q a não-oficial se oficializou, well, vamos voltar às traquinagens. Afinal de contas, o negócio é aproveitar a vida! Eu costumava dizer que as leis só existem porque as pessoas não as cumprem, se as cumprissem elas seriam desnecessárias. Será que analogamente podemos dizer a mesma coisa da aliança de compromisso?

E, afinal de contas, a aliança tem um outro fim além do compromisso ? Qual ?

Um comentário:

Má, Mari, Maricota! disse...

Bem, estou aqui dando a cara pra bater. Acredito que na verdade não precisamos, à primeira instância, registrar ou demonstrar nossos compromissos. A necessidade vem com o tempo e principalmente com o grau de envolvimento das partes, onde a declaração de compromisso é uma consequência e não um fim, já que tem imbuída a premissa de que certos comportamentos e atitudes serão esperados de forma a manter esse vínculo, e a dar segurança para que diferentes graus de envolvimento se instalem.
O papel da aliança seria um passo a mais nesse processo, pois é algo que ambos tem em comum, algo material, no mesmo simbolismo de um presente do tipo "só pra não esquecer de mim".
Ela não é a garantia do contrato, mas sim uma segurança a mais para permitir que o processo de conhecimento evolua. Esse papo de contrato verbal pode funcionar bem em outros países, mas tenho certeza que quando ele vem pro setor amoroso, ele cai por terra! Simplesmente por ser um assunto delicado, difícil e cheio de nuances acinzentadas. Nos prendemos assim ao que nos permita ter segurança. Mais uma vez não é um "felizes para sempre" que faz o compromisso dar certo, e sim um "que seja eterno enquanto dure".
Bem, poderia falar mais das minhas opiniões (tenho um monte delas, hehe) mas acho que por enquanto é só. Creio que no fim, se existe uma dissonência entre simbolismos do compromisso, melhor deixar como está. O namoro não deve ter preocupações maiores que os necessários para mante-lo.