O que aconteceria se fizessem um time com Pelé, Maradona, Puskas, Gordon Banks, DiStefano, Garrincha, Zico, etc? É difícil não achar que seria uma goleada atrás da outra! Pois é, goleada é pouco pra descrever os resultados desse projeto de Tobias Sammet. Esse trabalho é um dos poucos que têm o direito de afirmar-se épico!
E não são só as estrelas que fazem esse álbum ser tão bom. Até porque, nesse quesito Arjen Lucassen foi até mais longe com seu Universal Migrator do Ayreon. O fato é que além de reunir cantores e músicos de ponta, Tobias pôs em prática um projeto músico-filosófico que une o que tem de mais legítimo ao se produzir uma obra de arte. Pode até ser que hj o próprio não considere tão bom assim o que ele mesmo fez, ou que não tenha as mesmas motivações filosóficas que o levaram a este trabalho. Porém, essa "gana" que na época ele tinha pelo sua própria obra, sem dúvida se refletiu em composições que marcaram época e ficaram registradas como modelos do metal melódico, quase que de certa forma encerrando um ciclo dessa forma de fazer música (de certa forma, esse modelo à la Helloween minguou um pouco, curiosamente após os Avantasias).
Após pressionar o play, Prelude inicia apresentando uma das melodias mais marcantes da cena metálica. É a melodia de Reach Out for the Light, que entra rasgando com uma guitarra em solo magistral, provavelmente de Henjo Richter. Depois em ritmo forte Tobias entra cantando até o bridge em coro. Aí, no refrão muda a voz e quem entra em cena é Michael Kiske. Cara, que incrível! Um dos melhores trechos de Kiske, que combina agressividade e leveza em um refrão de tom altíssimo e ao mesmo tempo soft. Essa música é um fenômeno, reconhecido pelo próprio Tobias atualmente.
Depois, em Serpents in the Paradise, David DeFels e Sammet fazem um dueto de tirar o fôlego. Uma visão interessantíssima de Sammet, através da discussão de dois personagens centrais da história. A bateria é destaque nas mãos de Alex Holzwarth. Malleus Maleficarum é só pra dar um clima para Breaking Away que é uma música bem legal com um refrão que fica na cabeça. Apesar disso, é a "piorzinha" do álbum. Em Farewell, Gabriel (Tobias Sammet) diz adeus a sua irmã (Sharon den Adel), mais um dueto excelente e um refrão em coro que dá vontade de não parar de cantar. Uma balada de respeito como muito poucas. Então, o bicho pega em Glory of Rome em que Rob Rock, Oliver Hartmann e Ralf Zdiarstek tomam lugar para apresentar os personagens da "oposição". Ritmo alucinante, alternância perfeita e um refrão muito legal. É metal na veia com esses vocalista com um estilo mais tradicional.
In Nomini Patris introduz a faixa-título: Avantasia! Eu não sei de onde Tobias tirou a introdução dessa música que não parece com nada. Só sei que é muito bom. Música que carrega a expressa a descoberta do personagem com maestria. Um dueto sensacional de Tobias e Kiske, que entra na hora certíssima. E o refrão? Não tem como não dizer que é um dos mais marcantes e reconhecidos do metal moderno. Sem dúvida essa é uma canção que vai imortalizar Tobias Sammet por muito tempo. A New Dimension é mais uma introdução que sintetiza bem o sentimento do protagonista neste ato. Então, André Mattos (ou simplesmente Dedé) surge cantando em Inside. E quem faz o dueto com ele dessa vez? Ninguém menos que Kai Hansen. Ótimas escolhas para seus personagens, um elfo e um anão respectivamente, que apresentam a Gabriel o novo mundo em que ele acaba de entrar. É talvez mais uma balada que é quase uma capela. Uma graaande música, com muito bom-senso na escolha dos cantores, melodia muito legal e um ritmo mais que adequado ao momento.
Após a calmaria de Inside o bicho pega com Sign of The Cross. Os teclados (a cargo do próprio Tobias) são um show a parte, em uma música com uma participação primorosa de Oliver Hartmann. Um bridge que é um grande slow down com Mr. Dedé e mais um refrão para os anais da história em um coro que é pra cantar todas as vezes com as mãos para o ar. Então, novamente os teclados dão o tom para The Tower. Puta que pariu e que começo! Nessa música quase todos participam principalmente no coro "Hallelujah!". Grandes participações (principalmente de M. Kiske) e mais um refrão sensacional. Eu não me canso de ouvir e me surpreender com essa canção que acaba (na versão original) esse álbum com maestria.
Pois é. É muito difícil resumir em palavras músicas tão boas e tão marcantes como as que Tobias trouxe neste trabalho. Praticamente todas teriam potencial a ser clássico em qualquer álbum de qualquer banda. É uma síntese (completa em termos qualitativos) de tudo o que o metal melódico tem em termos de arranjos, harmonia, estilos de canto, solos, etc. Uma crítica? A capa é meio estranha, e só. De resto, é o melhor, do melhor pelos melhores.
Avantasia!
PS: A data em que escrevi este texto não é a toa. Exatamento 8 dias antes da primeira, e muito provavelmente única, apresentação do Avantasia em São Paulo. Sem dúvida, há de ser um dia histórico!
PS2: O Avantasia part II ainda reservava mais uma música épica. A primeira, The Seven Angels merece ser lembrada, porque sem dúvida é mais um grande fenômeno que Tobias fez sob o nome de Avantasia. O resto é bem legal, mas não chega nem perto da genialidade das músicas aqui descritas e dessa que com efeito pode ser considerada uma das melhores (se não, a melhor) músicas que já ouvi na vida.
PS3; É isso, chega! Quem sabe depois eu falo dos dez piores? hehehe...
sábado, 14 de junho de 2008
terça-feira, 10 de junho de 2008
[The best albums] - O que faltou ?
Essa lista de melhores álbuns não foi fácil de produzir. Por mais que alguns álbuns por aí se destaquem, tem muita coisa boa mundo afora, e é de certa forma triste deixar algumas coisas de fora. Também, não é o fato de uma banda não estar na lista que necessariamente ela é pior que outras que estejam. Até porque, muitas bandas fazem músicas excelentes, mas que estão espalhadas entre os vários álbuns, e nenhum deles tem uma concentração muito significativa.
Exemplo disso é o Iron Maiden, que tem um trabalho excelente em vários álbuns, e apesar de ter alguns destaques como Seventh Son of a Seventh Son e o Fear of the Dark, ainda assim esses estiveram um pouco longe dessa lista. Quem esteve perto foi o Sonata Arctica! Caras, que banda! Esses, fizeram grandes trabalhos que eu fiquei bem triste de não incluir como o recente Unia, o genial Reckoning Night e o extremamente baladeiro mas com "pancadas" históricas: Winterheart's Guild.
E o que dizer então do Edguy e seus Mandrake e Hellfire Club, que sem dúvida nenhuma, alavancaram a banda com músicas para vários gostos. Isso sem citar o EP Superheroes, que com certeza só não está aqui porque não é álbum. Se eles colocassem umas duas musiquinhas a mais e o promovessem a álbum, certamente pintaria no top five (ouvindo agora Spookies in the Attics....do caralho!).
Não posso me esquecer do apoteótico Manowar e seu Kings of Metal, que sem dúvida mereceria também aparecer por aqui. O Nightwish e o seu já mencionado Dark Passion Play ou mesmo os históricos Wishmaster e Once. Outro que chegou bem perto foi o injustiçado e incompreendido Stairway to Fairyland do Freedom Call. Muito se engana aquele que acha que é um álbum de power metal pasteurizado. É sim uma fórmula única que eles encontraram e que concretizaram com músicas geninais como We are One, Graceland, Shine On e Over the Rainbow.
Alguns álbuns de bandas que estiveram por aqui também fizeram falta e chegaram perto: Razamanaz (Nazareth), Better than Raw (Helloween), Rebirth, Fireworks e Angels Cry (Angra), Nightfall in middle earth e A night at the Opera (Blind Guardian), Land of the Free e Power Plant (Gamma Ray), Dawn of Victory e Power of the Dragonflame (Rhapsody). Todos recheados de clássicos e músicas que fazem chorar, levam ao êxtase ou simplesmente fazem pensar.
Já ouvi dizer que a música é a arte invejada por todas as outras, e eu acho que isso faz muito sentido. A música tem um poder espiritual, transformador, comunicativo e expressivo imenso. É uma arte que tem a incrível capacidade de se reinventar, de se combinar e evoluir com o tempo. E a música popular tem mostrado que tem muita coisa boa nova pra se ouvir, que falam pro espírito e para o corpo, sem passar pelo crivo da crítica enjoada e presa no século passado ou retrasado. A despeito da crescente e nostálgica retórica de que só se fazia música boa antigamente, que as músicas de hoje são só imitações das de antigamente, ou também do pseudo-intelectualismo (a lá Veja) de que a música só é passível de análises exatas, matemáticas e frias para determinar sua qualidade.
É claro que pra mim o negócio é power metal. A Veja, o Bóris Casoy, o presidente, o papa, qualquer um pode falar que isso é ruim que eu não me importo. Esse tipo de música tem a rara capacidade de tornar minha vida melhor e eu sou muito grato a todos aqueles que com muito mais do que bom senso e técnica conseguem produzir arte que tem tamanho poder transformador. Pode até ser que eu deixe de gostar desse tipo de música, que a produção realmente diminua de qualidade. Porém, eu estou certo de que os estilos, as bandas, o mercado e o mundo se transformarão e continuarão a combinar sons e falar de alma para alma, e certamente continuar a tornar melhor a vida de muita gente, e a minha também.
Well...soon will come the first one!
Os mestres em ação: Judas at the Opera! (Se puder, preste atenção na letra...)
Exemplo disso é o Iron Maiden, que tem um trabalho excelente em vários álbuns, e apesar de ter alguns destaques como Seventh Son of a Seventh Son e o Fear of the Dark, ainda assim esses estiveram um pouco longe dessa lista. Quem esteve perto foi o Sonata Arctica! Caras, que banda! Esses, fizeram grandes trabalhos que eu fiquei bem triste de não incluir como o recente Unia, o genial Reckoning Night e o extremamente baladeiro mas com "pancadas" históricas: Winterheart's Guild.
E o que dizer então do Edguy e seus Mandrake e Hellfire Club, que sem dúvida nenhuma, alavancaram a banda com músicas para vários gostos. Isso sem citar o EP Superheroes, que com certeza só não está aqui porque não é álbum. Se eles colocassem umas duas musiquinhas a mais e o promovessem a álbum, certamente pintaria no top five (ouvindo agora Spookies in the Attics....do caralho!).
Não posso me esquecer do apoteótico Manowar e seu Kings of Metal, que sem dúvida mereceria também aparecer por aqui. O Nightwish e o seu já mencionado Dark Passion Play ou mesmo os históricos Wishmaster e Once. Outro que chegou bem perto foi o injustiçado e incompreendido Stairway to Fairyland do Freedom Call. Muito se engana aquele que acha que é um álbum de power metal pasteurizado. É sim uma fórmula única que eles encontraram e que concretizaram com músicas geninais como We are One, Graceland, Shine On e Over the Rainbow.
Alguns álbuns de bandas que estiveram por aqui também fizeram falta e chegaram perto: Razamanaz (Nazareth), Better than Raw (Helloween), Rebirth, Fireworks e Angels Cry (Angra), Nightfall in middle earth e A night at the Opera (Blind Guardian), Land of the Free e Power Plant (Gamma Ray), Dawn of Victory e Power of the Dragonflame (Rhapsody). Todos recheados de clássicos e músicas que fazem chorar, levam ao êxtase ou simplesmente fazem pensar.
Já ouvi dizer que a música é a arte invejada por todas as outras, e eu acho que isso faz muito sentido. A música tem um poder espiritual, transformador, comunicativo e expressivo imenso. É uma arte que tem a incrível capacidade de se reinventar, de se combinar e evoluir com o tempo. E a música popular tem mostrado que tem muita coisa boa nova pra se ouvir, que falam pro espírito e para o corpo, sem passar pelo crivo da crítica enjoada e presa no século passado ou retrasado. A despeito da crescente e nostálgica retórica de que só se fazia música boa antigamente, que as músicas de hoje são só imitações das de antigamente, ou também do pseudo-intelectualismo (a lá Veja) de que a música só é passível de análises exatas, matemáticas e frias para determinar sua qualidade.
É claro que pra mim o negócio é power metal. A Veja, o Bóris Casoy, o presidente, o papa, qualquer um pode falar que isso é ruim que eu não me importo. Esse tipo de música tem a rara capacidade de tornar minha vida melhor e eu sou muito grato a todos aqueles que com muito mais do que bom senso e técnica conseguem produzir arte que tem tamanho poder transformador. Pode até ser que eu deixe de gostar desse tipo de música, que a produção realmente diminua de qualidade. Porém, eu estou certo de que os estilos, as bandas, o mercado e o mundo se transformarão e continuarão a combinar sons e falar de alma para alma, e certamente continuar a tornar melhor a vida de muita gente, e a minha também.
Well...soon will come the first one!
Os mestres em ação: Judas at the Opera! (Se puder, preste atenção na letra...)
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